quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Resenha: O Cirurgião - Tess Gerritsen

"O Cirurgião" é o livro de estreia da detetive Jane Rizzoli. Apesar de ser o primeiro livro da série Rizzoli & Isles, ainda não conhecemos Isles nesse thriller, apenas no próximo. É um dos livros mais famosos de Tess Gerritsen e não é à toa, pois trata-se de um suspense médico/policial de altíssima qualidade. Diria até que é bom em um nível surreal.



A trama do livro envolve o rastro de sangue deixado por um serial killer, com direito a pitadas de tortura e violência sexual bem exploradas. O serial killer em questão entra no quarto de suas vítimas e retira o útero delas durante a madrugada, ainda vivas, para levar como souvenir. Ele mexe com aquilo que muitas mulheres veem como seu sinal de feminilidade, até mesmo de identidade. E, depois, mata-as degoladas. 

Como Gerritsen já foi médica (sim, ela abandonou a profissão para se dedicar à escrita), as partes médicas do livro - como procedimentos cirúrgicos e autópsias - são ricas em detalhes. É tudo tão sanguinário que, para quem não está acostumado, é até um pouco pesado. Não é meu caso, que adoro essas coisas.

Nesse livro, Jane conta com a ajuda do detetive Thomas Moore para desvendar a sequência de crimes que vem ocorrendo em Boston. Além deles dois e do assassino, temos a personagem Dra. Catherine Cordell, uma médica que é, claramente, alvo do criminoso. De fato, parece um retorno ao passado, uma vez que a médica matou, há dois anos, um homem - Andrew Capra - que tentou assassiná-la com o mesmo modus operandi

O livro é narrado em boa parte na terceira pessoa, mas temos passagens em primeira pessoa na voz do assassino. Inclusive, a primeira página começa com ele e é intrigante. Além disso, as personagens são muito bem desenvolvidas. Jane é uma policial que sofre preconceito entre os colegas por ser mulher e até mesmo sua própria família não a entende direito. Com isso, ela usa uma pose de durona para passar por cima das intempéries a que é submetida. O fato de mergulharmos nas histórias pessoais de cada personagem enriquece muito o livro, pois tira-o da superficialidade.

Há quem diga que decifrou o assassino já na metade do livro, mas eu não. Fui surpreendida no final. Ele é realmente doente, um maníaco obcecado e cruel. Há assassinos tão cruéis quanto ele na literatura, mas está entre os piores, com certeza.

No mais, recomendo fortemente que leiam os livros da série Rizzoli & Isles na sequência, pois os dramas pessoais de cada personagem são alimentados e construídos de pouquinho em pouquinho, a cada livro.

Espero que gostem! Um beijo e até a próxima!

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